Sou Desendente do Àsé Portão

NANA

NANA


Nana divindade da cultura Fanti-ashanti, adotada pela cultura yorubana.
É a mais antiga Aiyabà , originária da Costa do Ouro, atual Gana, onde possui um templo na cidade de Late.
Nana conserva consigo o segredo da criação do homem e da própria essência da vida.
Ela é a senhora dos pântanos, da lama ,da argamassa e dos lírios que nascem nos pântanos.
Nana detém o poder dos Eguns, assim como Oyà.
Seu animal é a rã, é a mãe de Omolu.
Senhora de muitos búzios, Nana sintetiza em si morte, fecundidade e riqueza.
Seu nome designa pessoas idosas e respeitáveis e, para os povos jeje, da região do antigo Daomé, significa “mãe”.
Nessa região onde hoje se encontra a Republica do Benin, Nana é muitas vezes considerada divindade suprema e talvez por essa razão seja freqüentemente descrita como um orisà masculino.
Nana representa a memória ancestral de nosso povo, é a mãe antiga (Iyà Agbà) por excelência.
A morte faz surgir no homem os primeiros sentimentos religiosos, e nesse momento Nana se faz compreender, pois nos primórdios da História os mortos eram enterrados em posição fetal, remetendo a uma idéia de nascimento ou renascimento.
O homem primitivo entendeu que a morte e a vida caminham juntas, entendeu os mistérios de Nana Buruku.
Nana é o principio, o meio e o fim; o nascimento, a vida e a morte.
Ela é a origem e o poder.
Entender Nana é entender o destino, a vida, a trajetória do homem sobre a Terra, pois Nana é a História, a água parada, água da vida e da morte.
Nana é o começo porque ela é o barro e o barro é a vida.
Foi a primeira esposa de Osàalà .
Entre os símbolos de Nana está o Ibirí. Que é feito com palitos de dendezeiro e nasceu junto com ela, na sua placenta.
Ele representa a multidão dos eguns, que são os seus filhos na terra dos homens, e Nana o carrega como se ninasse uma criança.
Os búzios, que simbolizam morte por estarem vazios e fecundidade porque lembram os órgãos genitais femininos, também pertencem a Nana.
Contudo, o símbolo que melhor sintetiza o caráter de Nana é o grão, pois ela domina tambem a agricultura e todo grão tem que morrer para germinar.
Á a morte que gera vida, a morte é a única certeza na vida de cada um. Nana é água parada que mata de repente.
É a terra que acalenta os mortos e os grãos, que os prepara para renascer ou florescer.
Por ser uma figura ancestral, anterior inclusive à Idade dos Metais, nos sacrifícios de animais que lhe são consagrados é terminantemente proibido o uso de facas.
Dizem que quando Olodumare encarregou Osàalà de fazer o mundo e modelar o ser humano, o Orisà tentou vários caminhos.
Tentou fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo.
Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura.
De pedra ainda a tentativa foi pior.
Fez de fogo e o homem se consumiu.
Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada.
Foi então que Nana veio em seu socorro.
Apontou para o fundo do lago com seu Ibirí, seu cetro e arma, e de lá uma porção de lama.
Nana deu a porção de lama a Osàalà, o barro do fundo da lagoa onde ela morava, a lama sob as águas, que é Nana.
Osàalà criou o homem, o modelou no barro. Com o sopro de Oloòrun ele caminhou. Com ajuda dos Orisà povoou a Terra.
Mas tem um dia que o homem morre e seu corpo tem que retornar a terra, voltar à natureza de Nana Buruku .
Nana deu a matéria no começo mas quer de volta no final tudo o que é seu.

 

Pesquisar no site

Contato

Candomble muritiba