Sou Desendente do Àsé Portão

LOGUNÈDÈ

LOGUNÈDÈ

- "Osun conhece o caçador Erinlé e se apaixona perdidamente .
Erinlé não quis saber de Osun.
Ela não desistiu e procurou um Babalawo, ele disse que Erinlé só se sentiria atraído pelas mulheres da floresta, nunca pelas do rio.
Osun arquitetou um plano: embebeu seu corpo em mel e rolou pelo chão da mata, disfarçada como mulher da mata, saiu à procura de Erinlé, que ao vê-la se apaixonou.
Um dia esquecendo-se das palavras do Babalawo, Osun convida Erinlé para um banho no rio.
As águas lavaram o mel de seu corpo e as folhas do disfarce se desprenderam.
Erinlé percebeu imediatamente que tinha sido enganado e abandonou Osun.
Osun estava grávida; deu à luz LOGUNÈDÈ.
Ele é metade Rio (Osun) e metade mato (Erinlé).
Suas metades nunca podem se encontrar e ele habita num tempo o rio e noutro tempo habita o mato.
Com o ofá (arco e flecha) que herdou do pai, ele caça.
No abebe , espelho que recebeu da mãe ele se mira.
Logunèdè se tornou uma criança de personalidade dupla.
Osun proibiu Logunèdè de brincar nas águas fundas, pois os rios eram traiçoeiros para uma criança de sua idade.
Mas Logun era curioso e vaidoso como os pais, não obedeceu a mãe, nadou rio adentro, para bem longe da margem, Obà, dona do rio, para vingar-se de Osun, com quem mantinha antigas querelas, começou a afogar Logun.
Osun ficou desesperada e pediu a Orunmilà que lhe salvasse o filho, Orunmilà, que sempre atendia à filha de Osaàlà, retirou o príncipe das águas traiçoeiras e o trouxe salvo a terra.
Então lhe deu a permissão de PROTEGER OS PESCADORES, e a todos os que viessem das águas doces.
Dizem que foi Oyà quem retirou Logunèdè da água e terminou de criá-lo juntamente com Ògún.
Dizem também que quando Logunèdè saiu das águas a primeira coisa que viu foi o arco-íris (Òsunmaré) e se encantou com ele.
Logunèdè e Erinlé eram exímios caçadores, Logun flechava todos os pássaros, mas respeitava os pássaros das feiticeiras, ele tinha esse pacto com as Yá mi e delas guardava alguns segredos.
Levava a tiracolo o adô que ganhara das velhas bruxas, um bornal repleto de fórmulas mágicas e mistérios.
Um dia Logun se distraiu e Erinlé matou o pássaro proibido, as Yá mi imediatamente se vingaram e mandaram um feitiço que cegou a ambos. Logunèdè então abriu o adô que carregava e retirou o mistério das Yá mi.
Pôde com ele devolver a Erinlé a visão.
Cego, partiu Logun seguido por Erinlé e acabaram chegando à lagoa onde Osun se banhava e lavava suas pulseiras.
Logunèdè aproximou a mãe do companheiro e dentro d’água um amor antigo renasceu.
Dessa nova união de Erinlé e Òsún nasceu um novo rio, o rio Inlé, e nasceu um peixe que foi montado por Logun.
Nas águas de Inlé nadou o peixe e levou Logunèdè para as profundezas.
Foi lá que Ele conheceu Yemonjà , que o adotou e lhe deu riquezas de seu reino.
Nas margens desse rio ele vive, desde então, por certo tempo, voltando a viver na mata no tempo seguinte. Logunèdè, o caçador das matas, ganhou os peixes de Yemonjà.

 

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